O DONO DO MUNDO
Aquele homem, era sim
O dono do mundo,
O mundo particular de Aramí
Se fazia Deus, para os seus olhos
Dono de seu amor e pensamentos,
Quiças, pouco, muito pouco
O que a negrinha podia lhe oferecer
Porém, muito mais, são todas as bocas, pernas e vaginas
Todas as vaginas do mundo
Espalhadas por todos os cantos
Vestígios delas por toda a casa
O cheiro de cada uma delas, presos no corpo daquela negrinha
No corpo dele , feito tatuagem
E a boca
Daquele senhor, dono do mundo
Hoje causam náuseas e um certo horror
Lhe beijas e traz consigo o sabor
De todas as outras em seus lábios,
Se antes dono de seu mundo, pequenino e tão sincero
Hoje se vê longe daquela negrinha
Mas a contemplar o grande amor de sua vida
Que não existe em particularidade
Só se efetiva quando, reúne para si
Todas as vaginas do mundo.
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