Máscaras Brancas...
Naquele rosto Uma figura de mulher, de longe quase um anjo Negra como eu! Como você? Quem sabe... Quem saberá o que teus olhos negros escondem O chicote em uma mão, e a mordaça em outra Já não lhe vejo a fuça Vejo a maldade Densa, bruta e dilacerante Seus olhos cor de ébano Me sorriem do alto de sua servidão Olhos abutres Um sorriso acre, calmo, lento. A espera de um vacilo, de um tropeço Uma vigília fúnebre Caio na escuridão escaldante Calabouços sem fim De repente, as vozes Todas as vozes do mundo Já não me encontro Pedaços de mim Mil pedacinhos de mim Pacientemente mutilados Percorrem em suas mãos Nas mãos de todo mundo Nas mãos de ninguém A carapaça coberta de sangue Do meu sangue... e de quantos mais em suas mãos? 2024...