quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018
É como labirinto
Vida na quebrada
Morte na surdina
Quando sobrevive,
é tanta treta
Diz aí Doutor,
quem resiste?
Tic tac, o relógio faz tic
E o gatilho faz Tac
Tô na Roleta russa
A alma tá um veneno
Queria esquecer
Deixar pra trás
Aquela grade fechando
A solidão
me apertando
Mas essa vida
aqui em cima
mais parece uma furada
Tô aqui na quebrada
E essa carne Preta,
Quanto custa?
Não custa...
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2018
Sou miragem
Dor, resiliência
Onde me escutas,
Sou eco
Loucura
A loucura, que há em mim
Escorre entre minhas pernas,
Desatina e recomeça
Não, não se atreva
Não me olhe,
Seu olhar, me causa náuseas, calafrios
Nojo
Quanto a seus privilégios,
Invisibilidade/Neutralidade, não sei
Pegue seu corpo, sua maldade
Suma, desapareça
A sua existência,
Me mata aos pedacinhos
E diz que não vê?
Meu corpo,
No chão, em desalinho
Minha mão,
Estendida, pedindo todo o resto
O teu resto
Me transformastes
Em lodo, ira, violência
E agora!
Agora, não me queres ver?
Sua maldade não te excita?
Como dormes,
Sabendo que o animal
que vês em mim
É aquilo, que de mais profundo
Habita em ti...
Branco,
Da cor da guerra,
Da morte, da lama
Vai vendo, vai vendo
O futuro é Preta ! !
E teu racismo,
não guenta.
E teu racismo,
não guenta.
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