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Mostrando postagens de setembro, 2024

PRETINHO NORDESTINO

Estava eu nos últimos dias de atividades escolares. Os estudantes há essa altura já se encontravam de férias. Um dia lindo e para quem mora no litoral catarinense, dias lindos e abrasadores, significa deu praia, enquanto nós, os professores, estávamos fechando os temíveis conselhos de classe. Na segunda, havia trabalhado manhã, tarde e noite, no dia seguinte o corpo todo doía e a enxaqueca era forte, estar com os colegas o dia todo soa como estar no estreito de Kerch, que liga o Mar Negro ao Mar de Azov, separando a Criméia da Rússia Continental. Os professores fazendo suas análises de conjuntura, o fulanito, a fulanita e o beltrano. Eis que no meio de tantas turmas, apareceu uma estudante causando um certo furor entre professores, a discente era famosa, ficando conhecida como a Carminha da escola, Seu pobre, era seu jargão preferido, Competindo com- Odeio vocês seus pobres, vamos lá para a banca de heteroidentificação, loira, e não se se enganem, o sul é a pátria dos brancos? Sim, de ...

EXÍLIO

 Entre o exílio do não ser A escuridão galopando em sua força total Uma névoa profunda, infinita, triunfante Talvez por um tempo, Mas qual tempo, Aquele que te trouxe até aqui A moira implacável, sorridente, vencedora. Se não podemos vencê-la, o que fazer Aguardar o tempo Nem a escuridão infinita ou a luz de um amanhecer resistem ao tempo Nossas cegueiras e  ideias mal quistas, tampouco não se apresse, ele chega... As ideias se perdem,  os amigos por quais labirintos os deixei escapar Se alejaron de ti, no te recuerdas Gritavam maldita, mal parida Não há retorno, não se entristeça É o fim  ?  Não, diria uma pausa Um silêncio, um talvez De vez em quando É preciso perder-se de si Para quem sabe voltar a encontrar-se Nas reticências de um tempo qualquer Nos versos de um poema Na vida que segue  Nas memórias sufocadas Na verdade que um dia chega... Montevideo, 2018

ALAS ROTAS

Ganas de volver Volver hacía dónde Si tus alas están rotas Igual que una mariposa que al caer Si queda sin rumbo Embriagada por esta luz fuerte Que le ciega los ojos Y tus pies de hermosa mujer Te cuento que los he olvidado Quizás en algún pasillo Ya no vuelvo a encontrarlos Estes pies ya no son míos Serán de algún gigante Con gritos de orden Pero y tu alma Ella sigue, aunque destrozada Ahogada por aquellas que me decían compañera Si tus alas rotas Siguen tus caminos Caminos que ya no puede nombrarlos Pues, en este instante Ya no hay identidades fijas Solo tú y una sombra Dueña del tiempo, de tu tiempo Y de la libertad Montevideo, Mayo de 2018